Ivestigação de Infertilidade

A infertilidade

A OMS (Organização Mundial da Saúde) define infertilidade como a ausência de gravidez após 12 meses de tentativas com relações sexuais regulares sem uso de método anticoncepcional.

Pode ser primária, quando o casal nunca teve filhos, ou secundária, quando um deles (ou ambos) já tiveram filhos antes dessa tentativa. Estima-se que 8 milhões de pessoas no Brasil possam ter dificuldades com a fertilidade, isto é, cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva.

As causas podem estar na mulher, no homem ou em ambos. Cerca de 35% dos casos de infertilidade estão relacionados à mulher, 35% estão relacionados ao homem, 20% a ambos e 10% são provocados por causas desconhecidas.

A idade da mulher é o fator que mais impacta nas chances de gravidez, as quais diminuem significativamente após os 35 anos. Nesse caso, a taxa de gravidez a cada ciclo menstrual é de aproximadamente 15% nas mulheres abaixo de 35 anos e cerca de 9% entre 36 e 40 anos. Essa taxa se reduz ainda mais após os 41 anos.

Quando procurar um especialista?

Após um ano de tentativas malsucedidas de engravidar, e se a mulher tiver mais de 35 anos, recomenda-se procurar o especialista após seis meses de tentativas. Além disso, em casos de doenças que podem aumentar o risco de infertilidade, como síndrome dos ovários policísticos, alterações na tireoide, endometriose, histórico familiar de menopausa precoce, histórico familiar ou pessoal de doenças genéticas e antes de tratamento que possa reduzir a reserva ovariana, como radioterapia, quimioterapia, cirurgias ovarianas (cistos, tumores ou endometriomas).

Homens com histórico de espermograma alterado e doenças que afetam os espermatozoides, como varicocele, também devem se consultar. Por fim, casais que já tiveram mais de dois abortos ou que desejam adiar a gravidez, precisam de acompanhamento e orientação de planejamento reprodutivo.

Investigação de infertilidade

Infertilidade Masculina

Segundo dados da OMS, a infertilidade acomete de 50 a 80 milhões de pessoas no mundo todo. E, na maior parte das vezes, as causas do problema não são atribuídas somente à mulher. Sim, os homens respondem por um número considerável, mesmo que em menor escala.

São considerados como principais fatores da infertilidade masculina, a varicocele – uma dilatação anormal das veias testiculares, a obesidade, o tabagismo, o uso de anabolizantes para crescimento de massa muscular, infecções não tratadas na região pélvica, as IST´s – infecções sexualmente transmissíveis (clamídia e HPV), tratamentos oncológicos, como a radioterapia e quimioterapia, que podem danificar a produção de espermatozoides, e por fim cirurgias que afetam a pelve, a próstata, a bexiga, os testículos e o intestino grosso.

Como não há procedimento para prevenir a infertilidade, a adoção de hábitos saudáveis, como praticar atividade física, ter uma dieta equilibrada, evitar cigarro e bebida alcoólica, irá ajudar muito nessa questão.

Infertilidade Feminina

Cerca de 25% dos casos da infertilidade feminina ocorrem por anovulação, ou seja, a mulher não ovula regularmente. Essa situação acontece por conta de ovários policísticos, alterações de tireoide e uso de medicamentos.

Já 15% dos casos de infertilidade, são em decorrência da endometriose, que pode causar aderências em órgãos, como trompa e ovário, dificultando a gravidez. Há problema nas tubas, quando as trompas não conseguem pegar o óvulo do ovário. Sendo a maior causa de complicações tubárias, as IST’s.

Pólipos no útero também provocam uma reação inflamatória do endométrio, causando sangramentos intrauterinos que dificultam a gravidez. No caso dos miomas, tumores benignos, quando crescem de forma desorganizada formam nódulos, que se estiverem perto do endométrio ou das trompas trazem dificuldades na formação e implantação do embrião.

Em resumo, qualquer mulher com idade superior a 35 anos, que não consegue engravidar após 6 meses de tentativas, precisa buscar auxílio. Especialmente as portadoras de alterações genéticas que apresentam dificuldade para gestar.

Para se diagnosticar esse problema, o médico pede vários exames, como dosagens hormonais e a histerossalpingografia (HSG), para avaliar a permeabilidade e a funcionabilidade tubária.

Os tratamentos de casais inférteis podem ser clínicos (por medicamentos), cirúrgicos ou por reprodução assistida.

Causas comuns da infertilidade

Responsável por cerca de 30 a 40% dos casos de infertilidade. É quando as trompas ou tubas uterinas não funcionam adequadamente após serem danificadas por infecções pélvicas, como a clamídia, ou doenças, como a endometriose, e até cirurgias abdominais.

A diminuição da função das trompas ocorre por obstrução ou distorção de sua anatomia, impedindo o encontro entre óvulo e espermatozoide. Em alguns casos, apesar da formação do embrião ocorrer adequadamente, o transporte do mesmo para o útero por meio da trompa pode ser afetado, levando à gravidez tubária ou ectópica.

Lembrando que o embrião é formado dentro da tuba uterina, porém após cinco dias de seu desenvolvimento, ele é direcionado para o útero por meio da movimentação da trompa.

A mulher já nasce com a quantidade de óvulos pré-determinada que ela vai gastar, desde seu nascimento até a menopausa, e em nenhum momento de sua vida produz novos óvulos.

Aos 35 anos, a quantidade e a qualidade dos óvulos começam a diminuir de forma significativa. Aos 40 anos, a reserva ovariana fica bastante comprometida e na chegada da menopausa, por volta dos 51 anos, não há mais óvulos. Mas a baixa reserva ovariana pode acontecer mais cedo, gerando dificuldade para engravidar de forma precoce. Essa queda do estoque de óvulos pode ser causada por cirurgias ovarianas, endometriose, tabagismo, algumas doenças sexualmente transmissíveis, fatores hereditários ou genéticos.

A avaliação da reserva ovariana pode ajudar em diversas situações, como planejamento da gravidez, congelamento de óvulos, escolha do protocolo de estimulação ovariana em tratamentos de reprodução assistida, e prever a quantidade de óvulos na indução da ovulação.

Afeta cerca de 10% das mulheres e é uma das principais causas de infertilidade feminina. A doença é causada por um desequilíbrio hormonal associado ao aumento de hormônios masculinos, alterando o ciclo menstrual e provocando microcistos no ovário, o que pode levar a dificuldade para engravidar.

A doença é caracterizada por ciclos menstruais irregulares, excesso de pelos de padrão masculino (mais grossos e em localizações como buço, queixo e tórax), acne, aumento de hormônios masculinos na corrente sanguínea e presença de múltiplos pequenos cistos nos ovários ao ultrassom.

O diagnóstico é realizado por meio de exame físico, de sangue e ultrassonografia. Nem todos os sintomas precisam estar presentes para fechar o diagnóstico e, além disso, é necessária avaliação completa para excluir doenças que poderiam provocar sintomas semelhantes, como disfunções nas glândulas adrenais e tireoide.

Pode acontecer em 1 a 3% dos casais. É quando a mulher engravida e tem aborto espontâneo três ou mais vezes. A chance de ter um aborto espontâneo antes das 12 semanas é de 15 a 20% e na maioria das vezes a causa é a alteração genética (cromossômica) do embrião.

Outras causas podem ser alterações cromossômicas em um dos cônjuges ou ambos, identificada por meio do exame cariótipo, aumento da fragmentação do DNA espermático, distúrbios hormonais como da tireoide e progesterona. Além disso, doenças autoimunes, alterações da anatomia do útero, como septos, sinequias, miomas, pólipos; assim como trombofilias, que são condições que alteram a coagulação sanguínea materna aumentando risco de tromboses uterinas; e infecções uterinas (endometrites). Obesidade, hipertensão arterial mal controlada, diabetes e tabagismo também podem aumentar risco de aborto.

Por fim, questões controversas como as causas imunológicas (células NK ou incompatibilidade de sangue entre os pais), que não apresentam comprovação científica de serem causas de aborto de repetição e necessitam de mais estudos antes de serem indicadas rotineiramente no consultório.

É uma doença em que o tecido que reveste a parede interna do útero (endométrio) invade outras camadas do útero ou regiões fora da cavidade uterina, como ovários, trompas e intestino.

Pode ser a causa de até 50% dos casos de infertilidade feminina principalmente devido à distorção anatômica das trompas uterinas, reduzindo sua mobilidade, dificultando ou mesmo impedindo o transporte e encontro do óvulo e do espermatozoide.

A reserva ovariana também pode ser afetada por cistos da endometriose nos ovários (endometriomas), e alterações inflamatórias no útero (adenomiose), as quais podem dificultar a implantação do embrião.

Os principais sintomas são cólica menstrual, dor durante as relações sexuais, alterações intestinais, pequenos sangramentos no meio do ciclo e infertilidade.

São tumores benignos que se formam no tecido muscular do útero. Podem ou não apresentar sintomas. A questão é que dependendo da localização e do tamanho podem deformar a parte interna do útero, alterando, inclusive, a circulação sanguínea na região e levando a abortos e até mesmo complicações na gravidez.

Pode ou não dificultar a concepção, por isso, em alguns casos devem ser retirados por meio de cirurgia antes da tentativa de gravidez.

É uma doença que ocorre quando o endométrio, camada que reveste internamente a cavidade uterina, cresce de forma anormal no miométrio, outra camada do útero. Essa adenomiose inflama durante a menstruação, podendo levar ao aumento do fluxo menstrual e cólicas menstruais.

Sendo assim, a mulher pode ter dificuldade para engravidar por não implantar e fixar o embrião no útero adequadamente ou por maior risco de abortamento.

A janela de implantação é quando o útero (endométrio) está no momento mais favorável para o embrião conseguir se implantar.

Algumas mulheres possuem o desvio dessa janela e podem ter menor chance de gravidez tanto natural quanto na fertilização in vitro. O desvio da janela de implantação pode ser diagnosticado por exame específico chamado teste ERA antes de realizar a próxima transferência de embrião descongelado.

Uma das causas de dificuldade para engravidar pode ser a alteração do microbioma do endométrio, o qual conta com bactérias consideradas nocivas, entre elas, Gardnerella, Staphylococcus e Streptococcus, ao invés de conter lactobacilos, como as bactérias predominantes da flora uterina normal.

É necessário que as bactérias que habitam o interior do útero estejam em equilíbrio para que a gravidez ocorra e a reposição de lactobacilos pode ser recomendada quando há diagnóstico de desequilíbrio do microbioma endometrial.

É uma condição clínica caracterizada pela inflamação do endométrio causada por bactérias que podem estar associadas à doença inflamatória pélvica e infecções sexualmente transmissíveis (IST ́s).

Em sua forma crônica, pode apresentar como único sintoma, a infertilidade. A forma aguda pode provocar dor, sangramento vaginal, febre e infertilidade. O quadro de infertilidade se deve a dificuldade da implantação embrionária no endométrio, o qual em vigência de endometrite oferece menores chances de gravidez e maiores taxas de aborto.

O diagnóstico é realizado com biópsia endometrial e o tratamento com antibióticos pode melhorar as taxas de gravidez.

ISCA

Infertilidade sem causa aparente

Cerca de 15% dos casais com dificuldade para engravidar não possuem causa aparente ou de origem desconhecida dentro do que a ciência conseguiu estudar até o momento, para a sua infertilidade. Essa infertilidade que traz bastante angústia para o casal, uma vez que, com exames normais, expectativas e dúvidas permanecem diante da possibilidade de uma gravidez natural.

Então o que fazer diante de uma infertilidade cuja investigação mostrou todos os exames normais?

Para uma avaliação básica de fertilidade, alguns exames devem ser realizados, tais como:

Espermograma – Exame que avalia a qualidade e quantidade dos espermatozoides, através de coleta em laboratório;

Histerossalpingografia – Exame de imagem que avalia as trompas uterinas através de raio-x da pelve após a introdução de contraste no útero;

Hormônios – Exame de sangue para avaliar reserva ovariana (FSH, estradiol, hormônio antimulleriano), tireoide (TSH) e prolactina;

Ultrassom transvaginal – Exame de imagem para avaliar o útero e a reserva ovariana;

Ultrassom transvaginal com preparo intestinal e Ressonância Magnética da pelve – Exames de imagem para avaliar endometriose (não são feitos de rotina, somente em casos de suspeita da doença).

Cariótipo: exame de sangue que avalia um parâmetro genético do casal: a quantidade e estrutura dos cromossomos. Algumas pessoas possuem esse exame alterado, porém de forma balanceada o que não traz nenhuma repercussão a sua saúde. No entanto, quando essas pessoas tentam ter filhos, podem ter embriões com cariótipo desbalanceado causando infertilidade, abortos, alterações genéticas embrionárias ou síndromes cromossômicas no bebê.

Procure uma orientação com o seu médico para um planejamento de tratamento adequado, seja mais simples ou avançado. Essa escolha irá depender principalmente da idade da mulher e do tempo que o casal está tentando engravidar, além da expectativa de chance de sucesso que querem ter no tratamento escolhido.

Saúde Sexual

Os indivíduos deveriam ter uma vida sexual prazerosa e segura. Isso não significa apenas relação sexual, mas envolve identidade de gênero, orientação sexual, prazer e até a reprodução.

No que se refere à reprodução, é preciso que as pessoas tenham liberdade para decidir se querem ter filhos, quando irão tê-los e quantos serão. São os chamados direitos reprodutivos, que trazem o acesso aos meios de contracepção bem como o planejamento de gravidez, que inclui também técnicas de reprodução assistida.

Mas como ter uma boa saúde sexual?

Ter uma boa saúde sexual pode levar à melhora da qualidade de vida. Traz benefícios para a saúde física e mental. Também auxilia no condicionamento físico, queimando calorias, e no sistema cardiovascular. Aliás, estudo do New England Research Institute aponta que ter relação sexual duas vezes por semana pode reduzir o risco de infarto em até 45%.

O orgasmo libera endorfinas e oxitocinas na corrente sanguínea, que levam à sensação de prazer e de bem-estar, fora a sensação de relaxamento após a relação que, em muitos casos, induz a um sono de boa qualidade. Além disso, a produção de endorfina durante o sexo ajuda a reduzir os hormônios de estresse.

A boa saúde sexual também inclui o uso de preservativos, para evitar as IST´s (infecções sexualmente transmissíveis), a pílula do dia seguinte, quando necessário e indicado pelo seu médico; e manter o acompanhamento para checkup anual, por meio de exames de sangue e de imagem.

Problemas com a sua saúde sexual? Procure ajuda.

Dificuldade para chegar ao orgasmo, falta de interesse na relação sexual, dor durante o ato, principalmente na penetração vaginal e disfunção erétil são algumas condições que podem ocorrer e você deve procurar ajuda especializada.

Não tenha vergonha. O médico não pode e não vai julgar o seu comportamento sexual. Ele precisa compreender a sua vida e o que está acontecendo com o seu corpo para propor o melhor tratamento, oferecendo melhores condições para que você possa ter prazer na relação sexual.

Aumentando a fertilidade natural

Uma pergunta muito comum no consultório: Dra. como posso melhorar a minha fertilidade naturalmente? Ou existe algo que eu e o meu marido possamos fazer que ajude a aumentar nossas chances de engravidar?

Existem alguns cuidados e recomendações importantes que podem auxiliar na fertilidade natural do casal, como:

Controle do ciclo menstrual pelo calendário ou aplicativo. O período fértil se inicia 5 dias antes da ovulação e se encerra 1 dia após a ovulação. Importante observar o muco vaginal (semelhante a clara de ovo);

Ter relações diárias ou a cada 2 dias no período fértil, ou 3 vezes por semana, independente deste período. A posição durante ou após a relação, ou o orgasmo feminino, em nada interfere nas chances de gravidez;

Estar acima ou abaixo do peso adequado, pode influenciar negativamente na fertilidade feminina. Por exemplo, mulheres obesas podem ter irregularidade menstrual e aumento de chance de aborto, enquanto mulheres atletas de alta performance, por serem muito magras podem não ovular e portanto, não menstruar (amenorréia). Além disso, homens obesos podem ter redução da qualidade do sêmen;

Ter uma alimentação saudável pode melhorar a taxa de gravidez. Evitar ao máximo alimentos industrializados, processados, gorduras, frituras, embutidos, alimentos condimentados, refrigerantes, fast foods, entre outros. Preferir alimentos naturais, frescos, hortaliças, verduras, frutas, oleaginosas, castanhas ou peixes, por exemplo.

Evitar o consumo excessivo de álcool e cafeína, uma vez que ambos podem reduzir a fertilidade.

Manter atividades físicas regulares, ajuda a controlar o peso, reduzir o stress e a melhorar a fertilidade. Porém, níveis intensos de exercícios podem provocar alterações hormonais, reduzindo a fertilidade. Atenção, aqui o equilíbrio é fundamental.

Suspender o tabagismo ou o uso de outras drogas, uma vez que podem ter impacto negativo na fertilidade feminina e masculina, além de aumentar o risco de aborto e alterações no desenvolvimento do bebê.

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